Resenha | Raptada de Lauren DeStefano

''O que o destino uniu, nenhum homem separe. O destino, eu penso, é um ladrão.''


Graças à ciência moderna, todos os recém-nascidos são bombas-relógio genéticas - os homens só vivem até aos vinte e cinco anos e as mulheres até aos vinte. Neste cenário desolador, as raparigas são raptadas e forçadas a casamentos polígamos para que a raça humana não desapareça. Levada pelos Colectores para se casar à força, Rhine Ellery, uma rapariga de dezasseis anos entra num mundo de riqueza e privilégio. Apesar do amor genuíno do marido Linden e da amizade relativa das suas irmãs-esposas, Rhine só pensa numa coisa: fugir, encontrar o irmão gémeo e voltar para casa. Mas a liberdade não é o único problema. O excêntrico pai de Linden está decidido a encontrar um antídoto para o vírus genético que está prestes a levar-lhe o filho e usa cadáveres nas suas experiências. Com a ajuda de um criado, Gabriel, pelo qual se sente perigosamente atraída, Rhine tenta fugir no limitado tempo que lhe resta.

Editora: Planeta Editora | Páginas: 256 | Ano: 2012 | Adicionar: Skoob



Nesta distopia, os homens vivem até os 25 anos, e as mulheres até os 20, essa é a realidade desse mundo fictício de Lauren DeStefano. Todos sabem que irão morrer antes do esperado por isso as jovens são submetidas á viverem em casamentos poligâmicos. A história é centrada em uma venda de três jovens - Rhine, Cecily e Jenna - para o jovem Linden.

Linden é frágil e busca a cura do vírus que provavelmente o matará antes de completar 25 anos e por isso almeja herdeiros para continuar com sua linhagem. Ele é um personagem interessante, e é muito estranho ver que ele participa diretamente desse mundo sexista, pois ele não tem atitudes que se encaixam neste ambiente, e trata suas esposas muito bem não fazendo exigências e as obrigando a fazerem o que não desejam. 


Logo no início fica claro que a linda Rhine é a favorita, pode-se dizer que o motivo seja sua semelhança com Rose, a ex-esposa de Linden que amava incondicionalmente. Porém Rhine não se mostra-se alegre com a preferencia, ela está lá com outros motivos, tudo que quer realmente é encontrar seu irmão gêmeo, e por mais que o futuro ao lado de Linden seja próspero, ela tem em mente que nunca suprirá nenhum sentimento por ele. 

A relação entre eles é amigável e amorosa e  apesar de Rhine se não consumar o casamento na noite nupcial - e em nenhum outra noite -  a interação ocorre de outras formas o que faz da relação deles de marido e mulher a mais interessante e mesmo sem querer ela passa a admirá-lo e amá-lo e não tendo consciência deste sentimento se envolve com Gabriel que é um jovem serviçal da mansão.


Ao longa da narração a situação se complica com a descoberta do romance proibido e com a fatalidade da morte de uma das irmãs-esposas, isso tudo deixa Rhine muito abalada, ainda mais porque Linden conseguiu o que tanto queria, um filho saudável.

Ela sempre sem ter consciência das suas emoções sente ciúmes do marido e demostra algumas vezes e ele sempre tão atencioso tenta dar atenção as suas esposas por igual. Do meio para o final do livro a relação entre Rhine e Linden se estreita ao ponto de declararem o amor que sentem, porém Rhine não está disposta a aceitar seus próprios sentimentos, tendo em mente que ele é um homem maravilhoso, porém é incapaz de agir por si próprio. Com tudo isso, Rhine decide por em pratica seu plano de fuga, deixando para trás uma vida infeliz. 

O que me cativou neste livro foi todo o contexto e a forma como a Lauren  demonstrou que nem tudo é como parece e que os culpados as vezes são inocentes. O final foi destruidor para alguns e libertador para outros, a única que coisa tenho certeza que acontecerá na continuação é o arrependimento e a dúvida da personagem com relação as suas atitudes e ações cometidas neste livro, ficou muito óbvio que isso acontecerá. 


Esse foi um livro que me desarmou em todos sentidos, o encontrei em um momento muito triste da minha vida e quando cheguei ao fim da leitura me debrucei em lágrimas lembrando de tantas pessoas que eu amava que foram deixadas para trás. Toda a narração me tocou muito, sabe aquele livro que te faz torcer pelo o fim do sofrimento, porém quando acontece tudo que você sente é tristeza? É um sentimento bem contraditório, eu torci muito para que Rhine conseguisse ir em busca do que realmente importava, mas eu fiquei tão triste por aqueles que a amavam serem deixados, é louco como as vezes temos que tomar decisões importantes, estando encima do murro, e nem precisa ser uma dúvida muito intensa, basta uma pitada dela para nos destruir, e eu tive essa sensação durante toda a narração. A personagem Rhine é determinada e corre riscos mesmo sabendo que isso significa sua morte. A única coisa que me decepcionou na narração foi a incapacidade de Rhine ser sincera com um dos personagens mais carismáticos e fofos que eu já conheci. Então, Raptada é um bom livro e pode(ou não) te cativar. 

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